Dissertação - Anderson Betti Frare

Adoção do Sistema de Controle Gerencial em empresas graduadas : um olhar para fatores contingenciais, orientação empreendedora e desempenho

Autor: Anderson Betti Frare (Currículo Lattes)

Resumo

A dissertação tem por objetivo geral analisar o impacto dos Fatores Contingenciais, Orientação Empreendedora - OE e Desempenho na adoção do Sistemas de Controle Gerencial - SCG nas empresas graduadas em incubadoras e parques de base tecnológica. Inerentemente, têm-se por objetivos específicos: (i) Analisar a influência dos Fatores Contingenciais Internos - FCI e Externos FCE no SCG e Desempenho; (ii) Analisar a influência da OE no SCG e Desempenho; (iii) Analisar a moderação dos FCI e FCE na relação entre OE e Desempenho; (iv) Analisar a influência do Desempenho na adoção do SCG. O Referencial Teórico compõe-se pela Teoria da Contingência, com os FCE (Ambiente) e FCI (Estratégia; Estrutura); OE (Comportamento Inovador; Assunção de Riscos; Proatividade; Autonomia; Agressividade Competitiva; Rede de Relações); o Desempenho perpassa a auto percepção dos gestores; e por fim o SCG abarca o package de Malmi e Brown (2008), contemplando as cinco tipologias de controle (Controles Culturais; Planejamento; Controles Cibernéticos; Controles Administrativos; Remuneração e Recompensas). A pesquisa possui viés descritivo, quantitativo e foi instrumentalizada por survey, com questionário em meio eletrônico, enviado aos e-mails e mídias sociais dos proprietários / gestores de empresas graduadas, resultando em uma amostra de 100 companhias. Os dados foram analisados com apoio da técnica de Modelagem de Equações Estruturais por Mínimos Quadrados Parciais no software SmartPLS 3.0. Adicionalmente, foram feitos testes complementares no software SPSS 23. Variáveis como tempo de graduação, setor e porte foram controladas. Pelo âmbito dos Fatores Contingenciais, os resultados demonstram que a Estratégia influencia positivamente a adoção de Controles Culturais e Controles Cibernéticos; a Estrutura não exerce influência significativa sobre as demais variáveis estudadas, e o Ambiente Externo associa-se com a adoção de Controle Cibernéticos e Controles Administrativos. Ademais, a Estratégia e Ambiente Externo influenciam no Desempenho. Os resultados em relação a OE apontam que: (i) a Autonomia influencia positivamente a adoção do Planejamento, Controles Cibernéticos, Remuneração e Recompensas e Controles administrativos; (ii) a Agressividade Competitiva influencia de forma positiva a adoção do Planejamento, Controles Cibernéticos e Controles Administrativos; (iii) a Assunção de Riscos influência negativamente a adoção de Controles Administrativos; (iv) o Comportamento Inovador, a Autonomia e a Agressividade Competitiva influenciam positivamente na autopercepção de desempenho dos gestores. Uma possível moderação dos FCE e FCI na relação da OE com o Desempenho, não foi comprovada. O desempenho demonstrou propulsionar a adoção de todas as cinco tipologias de controle, assim evidenciando ser um importante antecedente do SCG nesse tipo de empresa. Ainda, os resultados sugerem que a OE promove efeito mediador na relação indireta de Fatores Contingenciais (FCE; e FCI) no SCG e desempenho. Ademais, tendo que a mediação, apesar de ocorrer para a amostra em questão, quando segregada em subgrupos não apresenta efeito mediador para empresas jovens (até 5 anos de graduação). Os achados contribuem com a literatura de antecedentes da adoção do SCG em empresas graduadas, bem como demonstra o importante papel da OE dos gestores. As implicações são válidas para os gestores das empresas graduadas e de parques e incubadoras.

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Palavras-chave: ContabilidadeFatores contingenciaisOrientação empreendedoraDesempenhoSistemas de controle gerencialEmpresas graduadas